quinta-feira, 19 de maio de 2011

O Método Kodály


Sitema Manossolfa de Kodály (Na figura, "Ti", quer dizer "Si")


Um dos europeus que contribuiu para repensar as práticas de educação musical no início do século XX, mesmo que com caráter tradicional em certos aspectos, foi o húngaro Zoltán Kodály. Juntamente com Bela Bartok, interessou-se pela aprendizagem musical, através de um repertório que contemplou o folclore húngaro. A investigação etnomusical foi a chave que desencadeou o processo de elaboração de seu conceito de educação musical. Kodály foi um dos poucos artistas do século XX que obteve reconhecimento e fama em todos os campos de suas atividades ao longo de sua vida. Ele privilegiou a aprendizagem musical através da montagem de corais para promover a educação de crianças e jovens. Aqui no Brasil, seu método inspirou a implantação do canto orfeônico, idealizada por Heitor Villa-Lobos. Ou seja, o ideal que pretendeu colocar em prática consistia na convicção de que era o canto coral a ferramenta mais imediata para a aprendizagem musical, conforme Jaramillo (2004).
O método de Kodály se centra em uma sequência lógica e gradual de aprendizagem de intervalos a partir de um repertório baseado, em princípio,nas escalas pentatônicas que expressavam em grande medida as estruturas musicais de repertório folclórico húngaro. Seu interesse também se centrava na aprendizagem da leitura e escrita musical. Ele tinha em mente desenvolver a musicalidade individual de todo o povo e manter a cultura musical “natural”, conforme propõe Fonterrada (2008), por meio de ampla alfabetização musical. No desenvolvimento do currículo, portanto, aparecem os seguintes aspectos: leitura e escrita musical, treinamento auditivo, rítmica, canto e percepção musical. Para isso, são realizados movimentos e jogos que auxiliam tanto oral, quanto igualmente na apropriação dos elementos musicais. A terça menor é considerada pelo compositor como o primeiro intervalo a ser memorizado e utilizado pelas crianças. O ensino é programado para ir do simples ao complexo em graus diversificados e se utiliza do “manossolfa”, ou seja, um sistema que alia sinais manuais às notas musicais. Kodály também trabalhou com o sistema tonic-solf, criado no final do século XIX, que trabalha a leitura relativa e caracteriza um sistema de dó móvel.
No sistema de ensino e aprendizagem de Kodály, a criança deveria aprender um repertório específico, cantando coletivamente. Entretanto, algumas improvisações rítmicas eram trabalhadas. Trabalhava também com a silabação rítmica, através da qual se designa valores por diferentes sílabas: "ta" para semínimas, "tate" para colcheias, "tafatefe" para semicolcheias, etc. Assim, Kodály insistia no aprendizado do solfejo.

Referências:

FONTERRADA, M. De tramas e fios: um ensaio sobre música e educação. São
Paulo: Editora da UNESP, 2005.

JARAMILLO. Métodos históricos o activos en educación musical. Revista Electrônica de LEEME. n. 14, novembro de 2004. http://musica.rediris.es

11 comentários:

  1. Esse método foi usado no filme "Contatos Imediatos do terceiro Grau" muito interessante a forma de comunicação usada através da musica,que pode ser um universal!!

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  2. Posso fazer isso nas aulas , Professor?????

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    1. Gostaria de ter material para trabalhar com crianças autistas

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  3. Sou monitora do PNE no Ceará, me interessei em dar não aulas de música ,sim de educação musical, foi ai que "por acaso"(não existe acaso) encontrei esse método.Gostaria de ter materiais para trabalhar com esse método.Como fazer isso?

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    1. ola verônica, passeando pela internet eu estava pesquisando sobre este método, e vi seu comentario, pois sabe quem no brasil foi o primeiro a chegar com este metodo? ninguem menos que: Ian Guest
      Ian Guest é pianista, compositor, arranjador, diretor musical e professor. Natural da Hungria. Vive em Mariana-MG desde 1957.
      É da primeira geração criada no Método Kodály no Conservatório Béla Bartók em Budapeste, sendo seus professores, discípulos de Kodály. Precursor, no Brasil, do ensino da música popular e do Método Kodály de Musicalização.
      Fundador, em 1987, do Centro Ian Guest de Aperfeiçoamento Musical - CIGAM - no Rio de Janeiro e em 2004 em Mariana - Minas Gerais.
      Dirigiu, arranjou e compôs discos, trilhas para teatro, cinema e comerciais e ministrou cursos e oficinas por diversos festivais de música, por todo o Brasil.
      Estudaram com ele: Toninho Horta, Turíbio Santos, Wagner Tiso, Rafael Rabello, Leila Pinheiro, Almir Chediak, Vittor Santos, Zélia Duncan, Hélio Delmiro, Maurício Einhorn, Joel Nascimento, Luiz Otávio Braga, Adriano Giffoni, João Pedro Borges, Luiz Carlos Vinhas, Maurício Carrilho, Henrique Cazes, Jota Morais, Márvio Ciribelli, Lourenço Baeta, Yuri Popoff, Adamo Prince, Maurício Tapajós, Roger Henry, Mário Adnet, entre outros.
      depois da uma pesquisada na pagina do Bituca que é uma universidade gratuita de musica contituida por Milton Nascimento. eu ainda vou estudar la. abraços espero ter contribuido com sua duvida! que Deus te abençoe muito!

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  4. Na sua entrevista extraída desse blog, fala da Lei 11.179/08, não seria Lei 11.769/08.

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  5. Olá, sou educadora musical e gostaria de aprender a trabalhar com o metodo kodaly. Onde posso achar um curso? Sou de Ipatinga -MG
    meu email: keilaraquelbragansa@gmail.com

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  6. Eita! Não conhecia seu Blog Patrícia. Mil parabéns !
    José Nunes

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  7. Me chamo professor Jorge Araujo sou regente de bandas marcial me encantei com as notas musical por sinal com a mão 🫱

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  8. Gostaria de saber mais sobre o método Kodaly . onde conseguir estes métodos-curso?

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