terça-feira, 23 de agosto de 2011

A Defesa de Doutorado de Lilia Justi



Nesta segunda-feira, dia 22 de agosto de 2011, na UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – CENTRO DE LETRAS E ARTES – PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MÚSICA – DOUTORADO EM MÚSICA, Lilia do Amaral Manfrinato Justi defendeu a tese " Integração de abordagens da teoria e da prática em escolas de música através das representações do fazer musical. Um estudo de caso: O curso de formação inicial da escola de música Villa-Lobos no Rio de Janeiro", orientada pelo Doutor José Nunes Fernandes.



Neste ano finalmente a música deve voltar para as escolas e a compreensão sobre os processos de ensino e aprendizagem musical é um aspecto urgente a ser pesquisado. A tese de Lilia Justi é de extrema importância, pois aborda a problemática da integração entre teoria e prática nas aulas de música. Lilia reflete sobre o ensino e a aprendizagem musical através do uso de instrumentos musicais. Vários autores atuais já estão abordando a questão, entretanto, esse estudo busca aprofundar o olhar sobre as condutas didático-pedagógicas de professores e as representações que as crianças demonstram ao interagirem em aulas de instrumento musical. Aponta também para a desconexão que há entre as aulas de Estruturação e Percepção Musical e as de teoria e prática instrumental. Fazer parte do processo de suas reflexões finais, enquanto educadora musical, é um prazer e fiquei extremamente contente por integrar parte da história de uma mudança progressiva na área da Educação Musical, que sai de um quadro inspirado em modelos de ensino do século XIX para, aos poucos, aprimorar-se, baseando-se na psicologia do desenvolvimento do século XX e nas teorias do cotidiano atuais, como muitos autores têm refletido. Lilia Juste e José Nunes Fernandes realizaram em conjunto um belíssimo trabalho, e sinto-me orgulhosa em participar do processo de avaliação final da tese. Espero que eu realmente tenha contribuído com minhas considerações.
O objetivo geral da tese, conforme aponta a autora, é compreender quais as representações mentais construídas pelos alunos de 6 a 12 anos, quando aprendem a tocar seus instrumentos musicais. A autora quer verificar os fundamentos metodológicos que norteiam as ações da equipe responsável pela integração de ensino-aprendizagem nas aulas de instrumentos e nas aulas de Estruturação e Percepção Musical na escola pesquisada. Portanto, a situação problema que propõe é debater sobre as ações pedagógicas do professor buscando identificar pontos de integração entre os processos de ensino-aprendizagem e a formação de conceitos musicais que apóiam atividades musicais num sentido amplo (tocar lendo, improvisando, sozinho ou em conjunto). Lilia fundamentou seu estudo especialmente nos conceitos piagetianos de abstração empírica e pseudo-empírica e nos conceitos de representação figurativa e operativa para observar as condutas musicais das crianças desencadeadas durante as aulas de música. Pude concluir, depois de um estudo profundo para participar dessa banca, que a tese de Lilia é a seguinte: as formas que os professores utilizam para integrar o estudo da teoria e prática musical influenciam nas representações que as crianças fazem de suas ações musicais, tanto no sentido de real aprendizagem, quanto no sentido de mera reprodução sem compreensão. As aulas de Estruturação e Percepção Musical e as aulas de instrumento devem estar interconectadas por ações significativas, que contribuirão para as aprendizagens e tomadas de consciência dos sujeitos envolvidos em processos de musicalização. Antes de iniciar a leitura formal musical, seria necessário que as crianças agissem sobre os instrumentos de variadas formas para deles extrair conhecimentos necessários, mesmo que baseados em representações figurativas num primeiro momento, que contribuirão para as representações operativas posteriores ao tomarem consciência das relações entre execução e leitura musical.



Antes da defesa, devo agradecer imensamente a José Nunes Fernandes a linda acolhida que me fez no Rio, passeando comigo pela cidade maravilhosa e me mostrando paisagens incríveis como esta:





Muito obrigada, querido José Nunes, por contribuir com minhas reflexões desde minha própria banca, já que a integraste e leste minha tese com tanta atenção, e também pela linda recepção na cidade maravilhosa!!!

Chegamos mesmo à conclusão de que as três mais belas paisagens sonoras são: o barulho do mar, as pegadas em folhas secas e o crepitar do fogo em uma lareira!!!

Um comentário:

  1. Oi, sou licencianda em música pela UnB, apaixonada pela música e educação musical em geral. Parabéns pelo seu blog!! Conteúdos interessantes.

    ResponderExcluir