Nova saída de campo: Projeto Kirschleinburg

Sábado à tarde, Alexandre e eu fomos conhecer mais um projeto social do Vale do Paranhana: o projeto Kirschleinburg de Igrejinha.
O resgate das tradições locais germânicas fica explícito, não somente através das danças típicas e canções de roda que são realizadas com as crianças, cujas idades variam de 3 a 13 anos, mas também a partir do senso comunitário e de pertencimento das pessoas que participam de tal projeto.
Enquanto as crianças ensaiavam e aprendiam músicas e danças, os pais, que também são participantes do projeto e integrantes do grupo de adultos, conversavam alegremente, saboreando um chimarrão, felizes por verem seus filhos perpetuando aprendizagens das tradições locais.
Musicalmente falando, as crianças, jovens e adultos que participam desse projeto desenvolvem a expressividade,o senso rítmico, o folclore musical alemão, a capacidade de se coordenarem na atuação que relaciona dança e música, entre vários outros elementos que são trabalhados no projeto.
Em termos de conhecimentos gerais, os atuantes têm acesso a uma diversidade de capitais culturais que extrapolam a expressão apenas através das danças típicas alemãs e aprendizagem desta língua. O grupo já foi para a Alemanha, em viagem de estudos e apresentações, representando o município de Igrejinha,onde puderam partilhar de um espaço cultural que não é exatamente o mesmo que o espaço que os descendentes de alemães criaram na região Sul. Além disso, progressivamente os participantes do projeto tem total liberdade de escolherem estilos diversificados para cantarem e dançarem, criando apresentações diversificadas para serem realizadas na região.
O ponto culminante, que mais uma vez me deixou emocionada ao realizar a presente pesquisa, foi a dança coletiva Israelita que realizaram: pais e filhos, gente de todas as idades, unidos em momento de celebração, realizaram uma dança circular. Danças Circulares fazem parte da história da humanidade e são a expressão mais profunda da necessidade de comunhão entre as pessoas.
Os depoimentos das pessoas que participam do projeto, tanto proponente, quanto participante entrevistados, expressam o quanto se sentem felizes em fazer parte deste projeto justamente por se sentirem pertencentes a algo que é de ordem do coletivo, que é expressão artística, que satisfaz porque estrutura o simbolismo humano.