"A música, em sua história, é uma longa conversa entre som (enquanto recorrência periódica, produção de constância) e o ruído (enquanto perturbação relativa da estabilidade, superposição de pulsos complexos, irracionais, defasados). Som e ruído não se opõem absolutamente na natureza: trata-se de um continuum, uma passagem gradativa que as culturas irão administrar, definindo no interior de cada uma qual a margem de separação entre as duas (a música contemporânea é talvez aquela em que se tornou mais frágil e indecidível o limiar desta distinção)" - José Miguel Wisnik, em "O som e o sentido", p. 30.
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